Sobre Sujeira

a psicomissão de tentar estar translúcido a publicidade

eu gosto da sujeira, aprecio
a crosta preta nos prédios
mas odeio aquele anúncio

nos terrenos digitalmente virtualizados
porém, compreendo a necessidade 
de sua atrelagem 
aos tesouros e lixos multimídiaticos

sustentação
sustem e ação
sustenta ação

conhecerei as minuciosidades do jogo
perseguindo a translucidez energética
ao conteúdo publicitário
ao veneno capitalista  
                              [que involuntariamente 
                              [nos atinge

sinceridade
sincera idade
se inserir em dar de
alegridade

há sujeiras e sujeiras
há belas sujeiras
há más sujeiras
aprecio as estéticas do sujo quando atreladas
                           [ a um sentimento que paira abstrato
                           [ a uma textura navegante
                           [ a uma sensível limpeza (hibridismo)

hibridismo, atinem a isso
é a chave do novo
e do reciclável

Gestos

Se eu coloco a mão em tua cabeça,
é porque eu sinto algo bom dentro de você.

Se sutilmente eu tocar tua orelha, 
é porque eu conservo um carinho enorme por ti.

Se eu puxar teus lábios,
é porque chamo tua atenção pra dentro de mim.

Se eu emparelhar minhas pupilas com as tuas,
é porque quero energicamente te acessar.

Noética

Não entorto colheres,
mas dilato sua artéria aorta

Cor surda

Surda é a cor da maré
Onda que destroça um pedaço de mim
Surda é a cor dos teus olhos
Quando me transmitem o que não posso ouvir

Surda é a cor dos meus pés
Quando pisa em pedra pontuda
Surda é a cor da tua pele
Em apreciação nua e crua

Surda é a cor quando pensas
Por uma ótica insegura
Surda é a cor da tua ciência
Ignora minha loucura

Surda é a cor da ausência
Quando minha ânsia desnuda
Surda é a cor da aparência
Se mergulho em tua mente profunda

Gatilho de verso: momento. Munição de verso: verdade.

Queira eu, nem tocar no violão
Pois a instiga é daquelas, sem preposição
Diretamente concentrada no sentimento
Gatilho de verso, momento

Queira eu, nem ousar composição
Pois a instiga é daquelas, sem pretensão
Diretamente concentrada no sentimento
Gatilho de verso, momento

Queira eu, nem pensar em tatuar o sentido
Pois a textura é daquelas, assimetricamente fórmica
Sensivelmente integrada a pele
Munição de verso, verdade

Queira eu, nem pensar pela ótica utópica da eternidade 
Pois a textura é daquelas, assimetricamente profunda
Sensivelmente integrada a mente
Munição de verso, verdade

A cada transcendência

Quando os portais se abrem
Mergulho sem medo nesse mar de soltura
Me entrego de corpo e alma 
A naturalidade segura
a cada sincopagem
a cada harmonia
a cada melodia
a cada dissonância
a cada paciência
a cada ressonância
a cada protuberância
a cada textura
a cada lapso de loucura
a cada litro de gasolina
a cada olhar ao dialogar aquela menina 
a cada turbo de dopamina
a cada porcentagem de estamina
a cada onda, que faz tubo e se inclina
a cada percepção da natureza humana
a cada sinceridade sentida na flor das pupilas
a cada humildade sentida
a cada arte parida
a cada reciprocidade despretenciosa
a cada vento propulsionador
a cada palavra aprendida
a cada fumaça dissipada
a cada rima perdida
a cada amizade construída
a cada amor difundido
a cada balanço desprendido
a cada expectativa de bons ares
a cada maresia inspirativa
a cada rima despretenciosa
a cada tarde de sensibilidade ociosa
a cada repetição necessária
a cada teimosia involuntária
a cada verso sobrenaturalmente guiado
a cada partícula positiva integrada nas diversas crenças
a cada potencialização das individualidades
a cada singular psicoestética
a cada movimento
a cada ciclo
a cada passo
a cada sinetia a dor
a cada termo obscuro
a cada tesouro desenterrado

a cada infinidade dos possíveis póstumos versos

Fotossíntese

Reciprocamente, a sorte é toda nossa;

Exerceremos uma tranquilidade, 
obviamente desvencilhada da pressa 
(A vontade de reforçar se faz grande
a ponto de verdear tais redundâncias).

Sensibilidade paladárica

Cerpa Export
Direto do Pará
Enaltecendo a sensibilidade paladárica

Aflorando as ideias

esculpindo sons dentro da cabeça
o intuitivo sintetiza num sopro 
organizado desconstruído
concentrado no lapidar seguro

extraindo a essencia do balanço
aqueço a temperatura
colho do pé harmônicos maduros
massageio seu ouvido com textura 

erguerei tudo à tona antes qu'eu esqueça
erguerei tudo à tona antes qu'eu enlouqueça

Shhh...

navegar onírico em ondas inconscientes

me projetei sussurrando poucas e arrastadas palavras 
que te fariam arrepiar os pelos da alma 

lábios inferiores sutilmente mordidos
vagarosamente desabrochando dos dentes

falávamos a mesma língua

Arte

Fotossintetizado nas paredes
Ar ter nos pulmões
respirar-te-ei

#100

Nua, tamanha graciosidade
As janelas mais vulneráveis do teu ser
Pequenas e castanhas

Compatibilidade vertical
Emparelhamento castanho
O toque mais vulnerável
Penetrar profundo

Aprecio sereno
Obras do acaso
Acessar sem filtros
Sincero, raro

Lindo ver-te
Maturar o verde
Crescer alarde
Maturar a idade

Ver de tu
Ver de mim
Ver de nós
Verdes

Amarrar-se
Amar, arte
Amar, elo
Amarelos

Jardel

Texturas e cores
Abundância explicita
Meu céu de Jardel
Minha natureza artista

Aromas e odores
Confluência psiquica
Meu chão de Jardel
Inspiração infinda

Amar em apego
Geografia da vida
Meu coração de Jardel
Minha humildade sentida

Montanha barrosa
Amplidão periférica
Meu ver de Jardel
Nutrição sincera

Helena

Helena tece a ela minha ação ocular
Ela enaltece o exercer do meu apreciar

Helena mora num vaso distante do meu

Ela enamora meu paladar pupilar

Helena astral aprazível de raros minutos

Ela enastra levemente sua graciosidade em mim

O sabor da indecência


Turva cor da saliência
Teus olhos transpirando a essência

A feição de quem degustou um assalto a mão beijada
O sabor da indecência

Te arde


Tarde
       ao cair
Te arde





Tonalidades excitantes

Um dos céus mais bonitos da minha vida
Tonalidades excitantes de uma forma qu'eu nunca tinha admirado antes
Lembrou-me a infância de outrora, onde respirava a tardinha na praia de Casa Caiada.
Um sentir nostalgico tão prazeroso, sendo provocado pelos efeitos psicogeograficos de um lugar que conserva minucias belezas da sua essencia, e que hoje ainda sente a minha presença.

Em breve esta frequente presença o perderá, e quando sentida a nostalgia voltará com fractais de saudade.




Fronteira

Abrigada na janela dos olhos
Inflama em aguardo
Rastros subjetivos
Escassez de obviedade

Machismo contido
Na praia dos nossos seres
Imposição salgada
Ela passiva, ele agente

Quatro olhos
Dois quereres
Uma lógica
Meio avanço

Por pensar o que dizer
E não, dizer o que pensa
Criatividade cai em forca
Sufoca a natural riqueza





Solitude


Só li tu de
Castanhos abertos
Só li tu de 
Profundas páginas
Só li tu de
Inocência assumida
Só li tu de
Involuntária distância

Só, li tu de
Minucioso ângulo
Só, li tu de
Abstrata indiferença
Só, li tu de
Humana natureza
Só, li tu de
Sorriso leve

Espaçados versos simbolintegrados I


Sei bem do idealizar doce em sua mente 
Sempre que a sugestiva bala de canela
Dissolve em nossas bocas.

Duas metades;
A boca que dividiu a bala
A sede de juntá-las novamente.

Na corrida do viver
As mesmas rédeas;
Quando freia o cavalo 48,
sufoca o cavalo 52.

Quando a hora for, toca minha orelha;
Meu querer involuntário sempre toca a sua,
com os dedos e com palavras.

A tranquilidade do compreender
Semelhante ao momento em que
os sais do mar invadem os poros da pele.

De tanto pisar em pedra os pés ficam cascudos.

Lágrimas da chuva que escorrem no vidro
Memorável inspirativo movimento
Bonitamente embaçando o viver urbano.

O perfume dos cabelos
Costurado em meu olfato.

Respiro o presente como o pulmão beija o ar.

Está tatuado em tua fuga o porquê 
Ficas tu longe dos meus castanhos
Pois se cruzam os teus
Sabem achar o baú
Onde teimarei em estar guardado
No labirinto que é o teu ser.

Versando te lembro
O movimento vertical, descer do sol
De alguma forma, lembrará nós. 

Me desvencilhei do medo de ir
Se for, sei que imortal em ti ficarei
Nos simplórios aprendizados pra uma vida inteira.

Uma janela de infinitos dentes
O sorriso da consciência. 

Seu esquerdo


Eis que cesse
Esquece, se és
Que ser aquece
Ar, que é seu

Há, que é lá;
Aqui é se
Aquela sede
Quer seu esquerdo

Eis que herdo
Do que és

Visioterapia


Visioterapia,
à frente sentir-se
Sente,
respire e analise-se
Levante,
volte e aprecie-se.
O bem estar
Mora no ser
Do que se é

Menina

dopamina
adrenalina
noradrenalina 
feniletilamina
Ao tragar teu conceito
Incorporei-te a substância da alma
Enxergado, cá me encontro
Numa embriaguez sem volta
oh, lhe há tanta boniteza
tracejar carnal, em nada econômico
destarte, que hei maresiando
pupilar-te-ei, remansado ao vício atônito

A cor ar

Intransigente censura
Cora ação, vermelha
Pujança do distante
Deito sobre tuas telhas

Inesgotável teimosia, alimentar
Sobre apreço, um descortino
Vicio involuntário, incessante
Tua singularidade, meu assoalho

Sucintez ocular
Imensidão, à prova
Diretriz do querer
Deito sobre teus calcanhares

Consciente e liberto, saber
Não ser fogo, nem falha
Indagar sorrateiro, o apetecer
Ente fato, crescente asserção


A cor do

Encanta, em canto, em dor
Enquanto, só, de encanto ser
Encontro no canto a flor
Proibida em rima, a viver

Transcende do peito o olor
Vontade transparente
Morada de nós, há mar
Reciprocamente transluzente

Exaustão do aguardar infindo
Atraso voraz o meu ponteiro
Quarenta e oito vezes em sonho
Cinquenta e dois tatos inteiros

Repouso na sede castanha
Suplico ao ar, não leve
Respiro na pupila inerte
Que nunca vestiu-se breve

Quando récuas ou côas, 
não perco a ciência do que fica na peneira
A verdade involuntariamente 
sempre transparece pelos furos

...

Metáfora

A minha meta está fora de órbita
Se há tu, nada nuta em mim

- 25/10/12
amistosidade,
alentar a parcimônia.

circunspecção do interno,
respirar.

vi,
ver.


- 5/11/12
O conforto que o castanho me dá, nu, tá na pequeninice dos olhos.

Mim

dança, em distância
não desmoras de mim
sonha, há tempo
se demoras em mim

o gélido, aquece
se suspiras a mim
triste, faz-se lacuna
se desmoronas em mim

falta, descalça
a moradia em mim
incompleta segue, se
amor adia de mim
wrong choices are painful
(even more about something without choice)
your afraid to face the feelings
will let me a scar
let me a scar
but don't let me

Amar(guras)

Amarguras tempo
Tempo és distância
Distancia o sentimento
Sentimento és petulância

Amarguras sentimento
Sentimento és distância
Distancia o tempo
Tempo és petulância

Amarguras petulância
Petulância do tempo
Tempo em distância
Distancia o sentimento

Amarguras distância
Distancia o sentimento
Sentimento em petulância
Petulância do tempo

(E)lá

Observo-me introspectivamente e entendo
O sentido de querer estar lá (onde o sol se esvai mais tarde).

Nature Claire

Arco íris
Beija flor
Nasce a rosa
Sente a dor

Quão formosa
Sua cor
Tão cheiroso
Seu olor

Arc-en-ciel
Colibri
Naît la rose
Sent la douleur

Qu'elle est belle
Ta couleur
Tellement parfumée
Ton odeur